Conheci a professora Luzinete Laporte como aluno.
Tinha eu 15 anos de idade e estudava no Colégio Diocesano. Menino pobre e tímido fazia a 1ª série do antigo ginasial. Na verdade, já a conhecia, pois, meu pai, que também tinha sido aluno dela, sempre ressaltava as suas características. Mulher bonita, culta e de um conhecimento ímpar. Pois bem, naquele março de 1974 (naquela época as aulas começavam em março) estava eu na sala de aula quando entrou a professora Luzinete Laporte de Carvalho. Alta, magra e de uma postura diferenciada. Eu estava preparado, pois tinha sido aluno de Levino Epaminondas de França, mas confesso tremi nas bases pois estava diante de um ícone da educação de Garanhuns.
O tempo, senhor da razão, me mostrou nos três anos seguintes que fui um privilegiado, estudei português e, no último, em função da saída do padre Tarcísio, ela ainda nos ensinava religião. Viajei na imaginação de um jovem pelas imagens que ela nos criava. A França, com seu charme, eu conhecia assim como a frieza londrina. Nunca tinha ido, mas viajei na beleza das aulas da professora Luzinete.
Vem 1984 e volto ao Diocesano e a encontro novamente. Desta vez como colega de profissão. Meu Deus! Agora, ensinar junto com a professora Luzinete. Assim eu tinha com quem continuar aprendendo. Lembro que me senti até perdido, entre aqueles que, dois anos depois, viria a dirigi-los. Luzinete, Álvaro, Carlos Guilherme, Fernando Souto, Maria José Miranda e tantos outros. Em seguida veio sua aposentadoria e nossa amizade permanece. As orientações dela, o cuidado com Monsenhor Adelmar, o carinho com o seu Ginásio, seu amor pela capela, seus escritos belíssimos e as visitas que sempre me fazia.
Hoje posso dizer com muita alegria, passaram-se 42 anos daquele dia e hoje quando encontro a professora Luzinete, a vejo com os olhos do meu pai, Antônio Fernandes, que sempre dizia, e agora eu repito: mulher bonita, culta e de um conhecimento ímpar. Parabéns, professora Luzinete, ter sido seu aluno me deixa feliz, ter sido seu colega de trabalho me emociona, ser seu amigo me dignifica. Com toda a ousadia que nunca tive, nessa data receba dois beijos: um do meu pai e outro meu.
*O professor Albérico pronunciou essas palavras no Mosteiro de São Bento, quando foram comemorados os 90 anos de Luzinette Laporte.
Postado por:Alberico Fernandes
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