Falar de leitura no Brasil é
algo extremamente complexo, pois, somos um País que ainda não está acostumado a
ler. Sabemos, estudamos, discutimos e muitos de nós, no período de
formação, ouvimos falar várias vezes, uma frase de Monteiro Lobato, que diz: “Um
país se faz com homens e livros”.
Pois bem, precisamos ainda de
muita coisa na área da leitura, para fazer em nosso País. E, só para começar
nossa reflexão, darei alguns dados do Brasil. O brasileiro nunca foi afeito a
leitura, para que tenhamos ideia aqui se ler sete vezes menos que a média
mundial, que é de 10 livros. Enquanto lemos 1,5 livro por ano, na França, em
média, cada cidadão lê 20 livros anualmente.
Creio que muitos brasileiros
ignorem o pouco que se lê em nosso País, em relação ao resto do mundo. Talvez
não saibam, que em um ranking dos 30 países, onde mais se tem o hábito, segundo
a agência Nop World, aparecemos, no final, à frente apenas de Taiwan e Coreia.
Ganham do Brasil em número de livros lidos e em horas de leitura por pessoa, por
exemplo, Venezuela, México e Argentina, dentro do continente sul-americano.
Fora dele, turcos, egípcios, árabes sauditas, húngaros, poloneses, indonésios,
filipinos e russos – entre muitos outros – leem mais que os brasileiros.
Vejamos a lista dos países que
mais leem no mundo:
1 – Índia, com média de leitura
de 10 horas e 20 minutos, por semana;
2 – Tailândia ocupa a segunda
posição do ranking, com 9,4 horas;
3 – China, considerada o país
mais populoso do mundo, fica com a terceira posição no ranking de leitura
global. Sua população dedica, em média, 8 horas semanais;
4 – Filipinas ocupa a quarta
posição no ranking e sua população despende, em média, 7,6 horas em leitura,
durante a semana;
5 – Egito, conhecido no mundo
todo com destino turístico, chama atenção ao ocupar a quinta colocação entre os
países que mais leem livros no mundo. Sua média é de 7,5 horas semanais. O país
possui uma taxa de alfabetização de apenas 75% de sua população, mesmo assim,
consegue figurar entre os 10 melhores países com o hábito de leitura;
6 – República Tcheca. Seus
habitantes dedicam, em média, 7,4 horas semanais com leitura. A nação, onde a
cerveja chega a ser mais barata que a água, também é referência em sistema
educacional, com mais de 99% de sua população sendo alfabetizada.
7 – Rússia gasta, em média, 7,1
horas com leitura em uma semana — ficando acima da média global. A população
russa é muito conhecida pelo seu alto nível educacional, com mais de 99% sendo
alfabetizada.
Costumamos dizer que livro é
caro. "Obras literárias são artigo de luxo por aqui. Além disso, enquanto
a alfabetização ainda for precária, não tem como a criança encará-lo como uma
ferramenta. Ela é o direito elementar à educação de qualquer
indivíduo."
Diz a profª Marina Carvalho, da
Fundação Educar. “Se nos aprofundarmos, vemos que as pessoas que mais leem e
compram livros são aquelas que nascem em famílias que têm mais poder econômico
e, consequentemente, maior hábito de leitura”. Porém, nos esquecemos que,
enquanto nos países desenvolvidos o uso de Biblioteca é intenso, no Brasil elas
estão praticamente entregues às moscas. Algumas instituições estão fechando
suas bibliotecas por falta de uso, isso é muito triste.
Gostaria de encerrar este
artigo, falando sobre uma instituição que tem um cuidado especial com aqueles
que são responsáveis em estimular a leitura na sociedade: a UBE – União
Brasileira de Escritores. Garanhuns, que já é privilegiada por ser a cidade dos
Colégios, também tem a 3 anos a presença desse órgão de cultura. É a mais antiga
associação de escritores do Brasil. Criada em 17 de janeiro de 1958, tendo como
primeiros e principais líderes Sérgio Milliet e Mário de Andrade. Foi presidida
por nomes como Paulo Duarte, Mário Donato, Mário da Silva Brito, Afonso
Schmidt, Raimundo de Menezes, Fábio Lucas e Ricardo Ramos.
Ingressaram, desde sua
fundação, mais de 3.700 escritores de todo o Brasil. Tem como objetivos
principais discutir políticas culturais que atendam aos interesses dos(as)
associados(as) e defendê-los em todas as manifestações literárias, em poesia e
prosa.
A UBE Nacional será presidida
por um Garanhuense, o escritor Renato Siqueira, levando para o Brasil o nome da
cultura da nossa cidade. Com ele, também foram eleitos e fazem parte da sua
diretoria os seguintes escritores da nossa terra: o presidente da UBE – Núcleo
Garanhuns, Natanael Vasconcelos e os escritores Givaldo Calado, Carlos Janduy,
Adelmo Camilo, Ronaldo Cesar, Ulisses Pereira, Vando Pontes, Albérico
Fernandes, Edilene Cordelista e Paulo de Melo. Esses, e o restante da diretoria
nacional, tomaram posse no dia 25 de maio de 2019, na Casa Rosada, sede da UBE,
em Recife. A Suíça Pernambucana está de parabéns, pois, pela primeira vez, o
interior tem um presidente nacional.
Como a minha preocupação é
tentar estimular a leitura e como professor que sou, quero terminar esse artigo
dando algumas dicas para que se leia cada vez mais:
a- Leitura é exemplo acima de tudo, se quer que seu(sua) filho(a)
leia, faça você primeiro.
b- Construa uma parceria com seu(sua) filho(a) e leia junto com
ele(ela).
c- Invista na liberdade de escolha.
d- Tenha a tecnologia como aliada.
e- Proponha desafios.
Prof. Albérico Luiz Fernandes
Vilela
Membro da Academia Pernambucana
de Educadores
Membro da União Brasileira de
Escritores
Diretor Pedagógico da UNIC –
Universidade da Criança
Palestrante da Área de Educa
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