terça-feira, 30 de julho de 2019

BRASIL: UM PAÍS QUE NÃO LÊ E A UBE DE GARANHUNS prof.alberico@gmail.com



Falar de leitura no Brasil é algo extremamente complexo, pois, somos um País que ainda não está acostumado a ler.  Sabemos, estudamos, discutimos e muitos de nós, no período de formação, ouvimos falar várias vezes, uma frase de Monteiro Lobato, que diz: “Um país se faz com homens e livros”. 

Pois bem, precisamos ainda de muita coisa na área da leitura, para fazer em nosso País. E, só para começar nossa reflexão, darei alguns dados do Brasil. O brasileiro nunca foi afeito a leitura, para que tenhamos ideia aqui se ler sete vezes menos que a média mundial, que é de 10 livros. Enquanto lemos 1,5 livro por ano, na França, em média, cada cidadão lê 20 livros anualmente. 

Creio que muitos brasileiros ignorem o pouco que se lê em nosso País, em relação ao resto do mundo. Talvez não saibam, que em um ranking dos 30 países, onde mais se tem o hábito, segundo a agência Nop World, aparecemos, no final, à frente apenas de Taiwan e Coreia. Ganham do Brasil em número de livros lidos e em horas de leitura por pessoa, por exemplo, Venezuela, México e Argentina, dentro do continente sul-americano. Fora dele, turcos, egípcios, árabes sauditas, húngaros, poloneses, indonésios, filipinos e russos – entre muitos outros – leem mais que os brasileiros. 

Vejamos a lista dos países que mais leem no mundo:

1 – Índia, com média de leitura de 10 horas e 20 minutos, por semana;
2 – Tailândia ocupa a segunda posição do ranking, com 9,4 horas;
3 – China, considerada o país mais populoso do mundo, fica com a terceira posição no ranking de leitura global. Sua população dedica, em média, 8 horas semanais;
4 – Filipinas ocupa a quarta posição no ranking e sua população despende, em média, 7,6 horas em leitura, durante a semana;
5 – Egito, conhecido no mundo todo com destino turístico, chama atenção ao ocupar a quinta colocação entre os países que mais leem livros no mundo. Sua média é de 7,5 horas semanais. O país possui uma taxa de alfabetização de apenas 75% de sua população, mesmo assim, consegue figurar entre os 10 melhores países com o hábito de leitura;
6 – República Tcheca. Seus habitantes dedicam, em média, 7,4 horas semanais com leitura. A nação, onde a cerveja chega a ser mais barata que a água, também é referência em sistema educacional, com mais de 99% de sua população sendo alfabetizada.
7 – Rússia gasta, em média, 7,1 horas com leitura em uma semana — ficando acima da média global. A população russa é muito conhecida pelo seu alto nível educacional, com mais de 99% sendo alfabetizada.

Costumamos dizer que livro é caro. "Obras literárias são artigo de luxo por aqui. Além disso, enquanto a alfabetização ainda for precária, não tem como a criança encará-lo como uma ferramenta. Ela é o direito elementar à educação de qualquer indivíduo." 

Diz a profª Marina Carvalho, da Fundação Educar. “Se nos aprofundarmos, vemos que as pessoas que mais leem e compram livros são aquelas que nascem em famílias que têm mais poder econômico e, consequentemente, maior hábito de leitura”. Porém, nos esquecemos que, enquanto nos países desenvolvidos o uso de Biblioteca é intenso, no Brasil elas estão praticamente entregues às moscas. Algumas instituições estão fechando suas bibliotecas por falta de uso, isso é muito triste.

Gostaria de encerrar este artigo, falando sobre uma instituição que tem um cuidado especial com aqueles que são responsáveis em estimular a leitura na sociedade: a UBE – União Brasileira de Escritores. Garanhuns, que já é privilegiada por ser a cidade dos Colégios, também tem a 3 anos a presença desse órgão de cultura. É a mais antiga associação de escritores do Brasil. Criada em 17 de janeiro de 1958, tendo como primeiros e principais líderes Sérgio Milliet e Mário de Andrade. Foi presidida por nomes como Paulo Duarte, Mário Donato, Mário da Silva Brito, Afonso Schmidt, Raimundo de Menezes, Fábio Lucas e Ricardo Ramos.
Ingressaram, desde sua fundação, mais de 3.700 escritores de todo o Brasil. Tem como objetivos principais discutir políticas culturais que atendam aos interesses dos(as) associados(as) e defendê-los em todas as manifestações literárias, em poesia e prosa.
A UBE Nacional será presidida por um Garanhuense, o escritor Renato Siqueira, levando para o Brasil o nome da cultura da nossa cidade. Com ele, também foram eleitos e fazem parte da sua diretoria os seguintes escritores da nossa terra: o presidente da UBE – Núcleo Garanhuns, Natanael Vasconcelos e os escritores Givaldo Calado, Carlos Janduy, Adelmo Camilo, Ronaldo Cesar, Ulisses Pereira, Vando Pontes, Albérico Fernandes, Edilene Cordelista e Paulo de Melo. Esses, e o restante da diretoria nacional, tomaram posse no dia 25 de maio de 2019, na Casa Rosada, sede da UBE, em Recife. A Suíça Pernambucana está de parabéns, pois, pela primeira vez, o interior tem um presidente nacional.

Como a minha preocupação é tentar estimular a leitura e como professor que sou, quero terminar esse artigo dando algumas dicas para que se leia cada vez mais:
a-      Leitura é exemplo acima de tudo, se quer que seu(sua) filho(a) leia, faça você primeiro.
b-      Construa uma parceria com seu(sua) filho(a) e leia junto com ele(ela).
c-       Invista na liberdade de escolha.
d-      Tenha a tecnologia como aliada.
e-       Proponha desafios.

Prof. Albérico Luiz Fernandes Vilela
Membro da Academia Pernambucana de Educadores
Membro da União Brasileira de Escritores
Diretor Pedagógico da UNIC – Universidade da Criança
Palestrante da Área de Educa


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